Vô Expedito, um ano de saudades desse grande homem

"Acontece que a Sinhá que floriu meu caminho
De ternura, meiguice e carinho, sendo a vida do meu coração,
Compreendeu e abraçou-me dizendo a sorrir:
"Expedito, meu amor, você pode partir, não esqueça o seu violão.
Vá rever os seus rios, seus montes, cascatas.
Vá sonhar em novas serenatas e abraçar seus amigos leais.
Vá embora, pois me resta o consolo e alegria
De saber que depois da boemia
É de mim que você gosta mais".
(trexo adaptado da canção "A Volta do Boêmio", música preferida de vô Expedito e imortalizada na voz do grande Nelson Gonçalves)

(Expedito e Sinhá, quase 70 anos de muito amor)

"Bença" vô Expedito...

Não poderia começar a falar do meu amado avô sem antes repetir um gesto de toda a vida: o de pedir - lhe a sua benção, que eu sei que ele me dará, no bom lugar que se encontra, ao lado de Deus.

Há exatamente um ano recebi o telefonema, do tio Paulinho, me informando que meu avô, havia "descansado". Esta era uma notícia que embora soubesse que um dia iria receber, para mim soava como algo impossível,  pois, meu avô era eterno, era uma espécie de Súper Homem não só para mim, mas para todos nós seus netos, era alguém que jamais morreria, mas, ele se foi e doeu muito.

Foi um período bastante difícil, pois duas semanas antes havia perdido minha tia Sônia e no mesmo período, meu avô já estava acidentado e seu estado de saúde só fazia piorar. Consegui me manter forte por determinado momento após receber a notícia de sua partida, para ajudar a tomar as providências, como por exemplo levar o Gastão, seu barbeiro de longa data para fazer -lhe, pela última vez a barba, escolher uma urna, aquelas coisas que nos machucam muito mas, são necessárias.

Ao ver meu avô no caixão, toda fortaleza, aquele rochedo em que me transformei até aquele momento, caiu por terra, afinal eu estava destruído. Perder duas pessoas tão especiais em tão pouco tempo e de maneira tão repentina abala completamente a qualquer um.

Ao vê - lo deitado ali, sem vida, fui tomado por muitos pensamentos e lembranças. Lembrei - me do grande homem que foi, do seu exemplo de vida, de suas superações, de sua determinação e garra, do filho, irmão e tio dedicado, do marido exemplar, do pai, avô e bisavô amantíssimo que sempre foi para conosco. Não poderia fugir dos meus pensamentos o cidadão honrado que foi, ajudando a construír a história de nossa cidade, através de seu trabalho na então Belgo Mineira, através de seus comércios e de seu exemplo de comportamento digno.

Hoje, nossas festas são mais tristes, passar pela Castelo Branco e não mais vê -lo na varanda, aguardando a nossa chegada nos dói, mas, ficam a saudade e as boas lembranças, e sobretudo, fica a certeza de que cumpriu sua missão da melhor maneira possível e, que portanto, está em bom lugar.


Nós sempre cantamos a música "Amigo" do Roberto Carlos para o nosso avô, pois ela retrata tudo o que sempre sentimos por ele e, esta mesma música, cantamos para nos despedir dele.

AMIGO (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Você meu amigo de fé
Meu irmão camarada
Amigo de tantos caminhos
De tantas jornadas
Cabeça de homem
Mas o coração de menino
Aquele que está ao meu lado
Em qualquer caminhada
Me lembro de todas as lutas
Meu bom companheiro
Você tantas vezes provou
Que é um grande guerreiro
O seu coração é uma casa
De portas abertas
Amigo você é o mais certo
Das horas incertas
Às vezes em certos momentos
Difíceis da vida
Em que precisamos de alguém
Pra ajudar na saída
A sua palavra de força
De fé e de carinho
Me dá a certeza de que eu
Nunca estive sozinho
Você meu amigo de fé
Meu irmão camarada
Sorriso e abraço festivo
Na minha chegada
Você que me diz as verdades
Com frases abertas
Amigo você é o mais certo
Das horas incertas
Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que você é meu amigo
Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que eu tenho um grande amigo
Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que você é meu amigo

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